quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

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passeio intransitivo
por qualquer não sido
que me sou.
minha raiz se espalha
ansiosa por tantos lás
,e ao voltar os olhos
vejo somente algumas
cores tingindo certa
parecença do meu corpo.
fluxos e formas se intrometem
baralhadas
tudo parece dançar
como me desejando fazer
um convite.
não entendo as palavras
que não se pronunciam.
sinto-me encontrado, porém.
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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aquilo de ver o mar me viu tanto
por dentro e fora que me assemelhou,
aquilo de brincar de energia toda
toda intensidade me acendeu,
aquilo de enojar e gostar e ponderar.
aquilo de ver algumas malhas
tecidas em mim ou palhas pisadas
em tantos outros, me doeram também.
aquilo de desnudar algumas partes
da cabeça e do corpo
ser penetrado por tantos sóis
e aquecer tantos desejos,
aquilo que vivi ai trouxe um pouco
de saudade do que sou.
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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Fazer sexo como
quem faz guerra,
amar como se dispusesse
à guerrilha armada,
a solidariedade colérica
dos que odeiam a
negação da vida,
abraços e beijos explosivos,
risadas kamikazes, infiltradas
nas multidões,
o poeta com a serenidade
sóbria e
urgente de um terrorista.
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