sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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São coisas escritas ao léu de um céu onde não cabem estrelas. O lance do céu era só pra aproveitar a rima mesmo. A substância não ajuda somente na instrospecção mística. Ajuda um pouco a evidenciar ocasos e banalidades. O lance dos ocasos e banalidades era só pra usar essas palavras legais. A gente realiza o desejo como pode. Uns escrevendo. Outros realizando mesmo. É só essa inabilidade que me pega. Esse medo que me paga! É só essa pequena promessa sussurada por deuses entediados que me atrapalha. Nada! Poderia trocar esse mundaréu de palavras por algumas poucas e certeiras.
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Dessa vida
eu conheço as folhas
caídas em cada outonação
sonoras distoantes
não sabem idiotas
que mi bemol não geme
só de pedir
reconhecem algum
desejo
avisa eu o povo de lá
quando chegar.
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Ás vezes me acomete uma inteligencia no corpo. Sinto compreensões bastante esclarecedoras passando pelos meus rins, alojando-se em algum musculo, membro, até no apêndice, enquanto ele ainda existir em mim. Não saberia elocubrar essas manifestações, nem tenho habilidades para representações. Busco em meu vocabulário de três ou quatro palavras e nada parece envolver. Não precisa de sentido. É poesia passando.
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Tá, somos neuróticos
obssessivos, auto-piedosos e tal
tá, ao contrário
de entender ou de nominar
ou de analisar e
de caminhar essas inercias todas
como fazer disso uma coisa linda,
criativa, singular?
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