quinta-feira, 25 de março de 2010

...

Quis por um instante beijá-lo. Calar palavras, que tanto os aproximava quanto os colocava em universos diferentes, e simplesmente beijá-lo. Inventou um conflito. Nem sabia se queria essa banalidade objetivada, idiota, idiota, mas tão humana (talvez mais humana ainda por criar arrependimentos). Experimentou o inutil recurso ao lapso significante. Nenhuma palavra havia que pudesse demarcar. Pensou no desespero das coisas que não são e, por um instante, pareceu tão lindo não ser. Um cara muito foda falou isso. Mas tem coisa que a gente sempre tangencia, nunca adentra de fato. Tem coisa que é indizível, tem coisa que é indefinível, tem coisa que é isso mesmo, porra. Tinha um samba no fundo.
.
.
.