ame sem saber o que
nem onde
perca-se do porquê
sem face ou motivo
camisa ou sentido
quando se ama
é porque a
contradição
da gente
está do lado de lá
.
.
.
me seria árvore de folhas
se pudesse
muitos galhos para passarinhos
folhas verdes, amarelas
folhas, inhos
e muita seiva desejada
forte, bruta
lambuzada
se preciso
me outonaria de tristeza
acabada, despencada
se visse logo bobagem! me
afloraria
bela e sombreante
a todos deixaria trepar
recostar
seria assim
ninhada
tranquila
toda orgulhosa
toda árvore
.
.
. (tem mão da laura aqui)
.
.
.
na dor
tem um pouco
de vaidade
.
.
.
onde está a menina
da poesia?
Rindo no canto
presa na dança
escondida em pranto?
Na ocasião em que a norma perdeu
onde está a poesia
da menina?
Na parede de vista pra todos?
No caderno
no ideal dos rabiscos?
No céu, como um pássaro
que é solto?
No lugar onde sentido se foi
onde estará a menina
da poesia?
A menina
na poesia
.
.
.
Um toque
casual, acidental
permitido, social
é o mais perto
que posso
de você
uma palavra
ato falho
ou burrice
é o mais perto
do conforto
de você
bobeira, coisa aqui
e lá
tem tanta luz
escondida.
tem tanto de você
na minha mente
que não penso em nada
que você não
lá esteja
.
.
.
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
A ultima ceia (segundo um discipulo qualquer)
1.1 Começou como um ritual. Pão e vinho, sobriedade e formalidade. No fundo, uma dor de despojo e de incompreensão do destino trágico. Pensava ainda que o sagrado reside nos flagelos.
1.2 Ele chorou!
1.3 Depois conteu o resto do choro, que viria com descontrole, e calou-se, pronto a degustar seu sacro fardo atribuído. Vinho era outra coisa na época
1.4 mas embriagava igual.
1.5 Pão era pão mesmo.
1.6 Faltava uma erva, um tomate, uma azeitona. Algum judas gritou tudo isso e outro pedro foi buscar. Mulheres carregando sacolas de feira entraram e mudaram o ambiente. A esta altura todos alterados pelo vinho, dando um sentido especial para aquele banquete, como entenderam oculto no convite do mestre. Um outro joão lembrou da música, e chamou mais gente para tocar. Pasaram a dançar, cozinhar, conversar, jogar. Outro judas paquerava alguma maria e uma maria ensimava a picar os legumes como uma mãe. Aquilo virou um desordem, das mais deliciosas, capazes de ensinar qualquer cristo um sentido real de salvação.
1.7 Ele mesmo entregou-se por completo, e queria participar de todas as rodas e todas as conversas como só um deus saberia. Estava tranquilo agora, especialmente porque sabia que não acabaria o vinho.
- Precisamos fazer mais disso!
1.8 Não seria a última.
.
.
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1.2 Ele chorou!
1.3 Depois conteu o resto do choro, que viria com descontrole, e calou-se, pronto a degustar seu sacro fardo atribuído. Vinho era outra coisa na época
1.4 mas embriagava igual.
1.5 Pão era pão mesmo.
1.6 Faltava uma erva, um tomate, uma azeitona. Algum judas gritou tudo isso e outro pedro foi buscar. Mulheres carregando sacolas de feira entraram e mudaram o ambiente. A esta altura todos alterados pelo vinho, dando um sentido especial para aquele banquete, como entenderam oculto no convite do mestre. Um outro joão lembrou da música, e chamou mais gente para tocar. Pasaram a dançar, cozinhar, conversar, jogar. Outro judas paquerava alguma maria e uma maria ensimava a picar os legumes como uma mãe. Aquilo virou um desordem, das mais deliciosas, capazes de ensinar qualquer cristo um sentido real de salvação.
1.7 Ele mesmo entregou-se por completo, e queria participar de todas as rodas e todas as conversas como só um deus saberia. Estava tranquilo agora, especialmente porque sabia que não acabaria o vinho.
- Precisamos fazer mais disso!
1.8 Não seria a última.
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